Poetinha

Hortênsia

 

Flor de memória cósmica

venerada pelo rei da França

efêmera como um reinado

histórica.


Quem a vê morrer

pensa logo em extensos desastres

navios à deriva

suicidas urbanos

incêndios à beira de estradas

guilhotinas papeis em branco

a palavra nada.


Mas a Hortênsia tem eternidade

permanece esplêndida em seus azuis.


Encenada na linguagem

instável em meu desejo

flor-monumento

íntima

literária.